domingo, 31 de janeiro de 2016

TEATRO OFICINA PEDE SOCORRO


À Presidenta Dilma Roussef, ao Prefeito Fernando Haddad e à Silvio Santos: Transformem a Terra do Entorno ao Teatro Oficina em TERRA PÚBLICA/CULTURAL 

Estamos ameaçados pela construção de torres residenciais que massacram o Teat(r)o Oficina, seu entorno e o bairro do Bixiga. A mesma invasão que tem vigorado na nossa cidade e principalmente nos territórios indígenas: a reintegração da propriedade privada em cima dos posseiros que concretamente cultivam e trabalham xamanicamente, na possessão, a Terra. 
A arquitetura urbana e cênica de AchiLina Bo Bardi, inspirada na geografia da natureza fertilíssima do entorno, o último vazio respirante do centro de São Paulo, viu a ligação de seu projeto, do Teat(r)o Oficina com o Anhangabaú verde, a mesma do fluxo do rio do Bixiga em direção ao rio Anhangabaú. Daí o nome de Anhangabaú da Feliz Cidade para o entorno. 

O Teat(r)o Oficina encarna a mais antiga e re-existente luta cultural contra a sufocação da especulação imobiliária na cidade de Sampã. Através da Arte Tea(r)al, CosmoPolítica Ritual: Ritos Teatrais do Oficina Uzyna Uzona criados com a atuação do Público de inumeráveis gerações, tornando-as terras libertas do martírio secular da especulação imobiliária. Que venha uma mutação de apoteoses!  
A Terra é ainda um Ser Vivo!  

sábado, 23 de janeiro de 2016

MORRE JOÃO BAPTISTA BREDA! HERÓI, PORRA!


Morreu hoje aos 78 anos João Baptista Breda, o Breda, médico psiquiátrico e ex-deputado estadual do PT. Seu corpo está sendo velado na Assembleia Legislativa de São Paulo.

Após um curto velório que começou às 16h, seu corpo irá para sua cidade natal, Itapira, onde será enterrado como um dos filhos mais queridos e amados dessa cidade.

Eleito por Itapira como deputado estadual pelo MDB, filiou-se ao PT recém-criado em 1979 e fez parte de sua primeira bancada de deputados estaduais. 

Estava junto de Eduardo Suplicy, Irma Passoni, Geraldinho Siqueira, Marco Aurélio Ribeiro e Sergio dos Santos, seis deputados que compuseram a primeira bancada do Partido dos Trabalhadores.
Mas por que esse moço veio com uma votação tão impressionante de Itapira e é tão querido até hoje?
Por causa de seu trabalho na Luta Antimanicomial.

Ele colocou Itapira diante dos olhos do Brasil fazendo a luta antimanicomial e a reforma psiquiátrica. Foi uma das maiores contribuições no Estado de São Paulo, onde ele vislumbrava precocemente a necessidade de se acabar com a tortura, os eletrochoques nos manicômios.

Coordenou na Câmara Municipal durante 2 anos (89 e 90) as investigações que Suplicy na presidência fazia o maior processo de corrupção jamais visto originário no período militar.

Amigo de Carlito Maia e Suplicy, seus amigos inseparáveis era um entusiasmado pelo PT e pelo MST.

Conviveu com Henfil e com todos os artistas que organizaram o fim da ditadura.

Com seu consultório de psiquiatria na praça da Republica, nunca deixou de atender ninguém.

Exemplo de humanismo, solidariedade, amizade, corajoso, educado, erudito, nunca fraquejou, exemplo de conduta.

terça-feira, 19 de janeiro de 2016

"2015 ENTRA PRA HISTÓRIA COMO O ANO QUE NÃO EXISTIU PARA A REFORMA AGRÁRIA", AFIRMA DIRIGENTE


Do MST

Um ano em que o governo federal virou as costas para todos aqueles que lutam contra o latifúndio, o agronegócio e os direitos da classe trabalhadora no Brasil. É assim que, Alexandre Conceição, da coordenação nacional do MST, avalia 2015.

Em entrevista para a Página do MST, Conceição fala sobre a escolha de lado do governo Dilma ao travar o processo de desapropriações e demarcações de terra.

Para ele, "o pagamento de juros aos bancos e o superávit primário foram as escolhas do governo Dilma, faltou compromisso com a Reforma Agrária".

Sobre as perspectivas de luta para o próximo período, Conceição afirma que o Movimento continuará na luta pela defesa aos direitos do trabalhador do campo e da cidade e contra todo e qualquer tipo de retrocesso e cerceamento de direitos.

"O ano de 2015 foi de intensas lutas pela terra, de grandes jornadas de lutas contra o retrocesso e contra uma política econômica recessiva e neoliberal. Chegamos ao final do ano com um saldo organizativo muito positivo e por isso, buscaremos cada vez mais a unidade das organizações do campo com o conjunto dos movimentos do campo de da cidade, para fortalecer a luta contra a retirada de direitos e as reformas neoliberais", afirma.

Confira abaixo a entrevista na íntegra.

O número de 26.235 famílias assentadas, segundo relatório, estão bem aquém do número prometido pela presidenta no início de seu mandato, qual a razão para isso?
O ano de 2015 entra para a história como o ano que não existiu para a Reforma Agrária. Mais 12 meses se passaram e o governo Dilma segue liderando entre os piores nessa pasta. Nenhum decreto que favoreça a destinação de áreas para assentar as famílias Sem Terra foi assinado em 2015.  Seu compromisso de assentar as famílias acampadas até o final do seu mandato, foi deixado de lado para que seu governo priorizasse a política recessiva do ajuste fiscal, que foi agravado no último ano com a crise política.  Pouco mais de duas mil famílias foram assentadas em decretos de 2013, o que demonstra que o governo não enfrenta a concentração de terra, o latifúndio e o agronegócio depredador. O pagamento de juros aos bancos e o superávit primário foram as escolhas do governo Dilma, faltou compromisso com a Reforma Agrária.

A instauração de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a atuação da Fundação Nacional do Índio (Funai) e do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) deixa clara essa falta de compromisso do governo?
A CPI foi criada sem nenhum objeto concreto, ou seja, as investigações estão sendo feitas por qualquer coisa. Esse processo é inconstitucional, inclusive o procurador-geral da República,  Rodrigo Janot, já se pronunciou contrário a essa CPI. Essa é uma também uma iniciativa de criminalização dos movimentos sociais, sobretudo indígenas e quilombolas, o que corrobora com a estratégia do agronegócio de legitimar a PEC 215 que transforma terras em mercadoria.

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) abandonou programas muito bons do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) que envolviam entrega simultânea para entidades urbanas; houve cortes de recursos para a Ates (Assistência Técnica aos Assentados), e os recursos do  Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera) já não são suficientes, o quanto isso é prejudicial para a Reforma Agrária no Brasil, em especial para as famílias já assentadas?
Não houve cortes no Pronera, mas os valores atuais do programa já não atendem a demanda geral dos cursos nas universidades. Quanto ao PAA é lamentável. Infelizmente as medidas que foram criadas no governo anterior e que contribuíram para avançar na produção de alimentos saudáveis nos assentamentos e na agricultura familiar, passaram pela tesoura dos cortes de Levy e,  hoje,  atendem menos do que em anos anteriores. Na assistência técnica também não houve avanços, apesar de recém-criada a Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (Anater), já é invisibilizada pelo Incra. A habitação rural também foi deixada de lado pelo governo. Essa foi uma das grandes lutas de 2015, realizamos ocupações no Ministério das Cidades para pautar essa demanda, nos foi prometida a construção de 12 mil casas rurais que até agora não saíram do papel.

As poucas conquistas que ocorreram foram fruto de muita mobilização e pressão social. Essa será a linha que o Movimento seguirá em 2016?
Todos os assentamentos e políticas públicas criadas pelos governos são sempre fruto de muitas lutas e 2016 não será diferente. O ano de 2015 foi de intensas lutas pela terra, de grandes jornadas de lutas contra o retrocesso e contra uma política econômica recessiva e neoliberal. Chegamos ao final do ano com um saldo organizativo muito positivo e por isso, buscaremos cada vez mais a unidade das organizações do campo com o conjunto dos movimentos do campo de da cidade, para fortalecer a luta contra a retirada de direitos e as reformas neoliberais.

Qual a avaliação do Movimento sobre atuação do Congresso Nacional, em especial na Câmara dos Deputados, durante 2015?

O Congresso Nacional foi uma das grandes vergonhas do ano que passou. São raros os parlamentares que tem compromisso com o Brasil e com o povo, a ampla maioria, liderada pelo presidente da câmara, o deputado Eduardo Cunha, só está interessada em seu próprio umbigo. Essa ditadura ''em nome de Deus', que ele representa, vem causando muitos estragos à democracia e aos direitos dos trabalhadores . Logo, lutamos pelo fora Cunha, contra o golpe e em defesa da democracia, pelo fim do financiamento privado das campanhas e pelas mudanças estruturais que nosso pais precisa para avançar. 

CONTRA A VIOLÊNCIA DO ESTADO


quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

DECLARAÇÃO DE REPÚDIO DAS MÃES DA PRAÇA DE MAIO

Declaração em repúdio ao ataque perpetrado
contra a sede de Rádio AM 530

As mães da praça de maio linha fundadora repudiamos com toda nossa força o ataque perpetrado, na noite de quarta-feira, 30 de dezembro passado, contra a sede da Rádio AM 530, da Associação Mães da Praça de Maio, dirigida por Hebe de Bonafini.
 
Atirar ovos contra a fachada da rádio com a intenção de infamar e a tentativa de penetrar nessa sede é próprio de covardes que, apoiados sempre ao abrigo do poder repressivo, sob o governo que for, tentam reviver práticas próprias da ditadura. Há aqueles que lamentam o fim da última ditadura cívico-clerical-militar, e quando podem se expressam com ações repressivas contra aqueles que lutaram incansavelmente contra ela.

Todas as mães e pais nos sentimos atacadas(os). Todas as mães e pais continuaremos como até agora, em obediência aos nossos princípios fundadores, procurando verdade e justiça através da memória.

Mães da praça de maio linha fundadora
     Buenos Aires, Janeiro de 2016